Depois de passar por vários perrengues em trilhas, viagens, expedições e afins, finalmente eu estou aprendendo a evitar situações complicadas. Para você que não quer se ver no fundo de um cânion, sem água e comida, com uma nevasca pela frente e mais 4 horas de trilha até seu camping, fiz uma lista de erros básicos e dicas de segurança para aproveitar sua viagem com segurança.
O item mais importante que você deve levar é água. Pode parecer óbvio, mas eu mesmo já comecei trilhas sem levar água por achar que poderia conseguir no caminho. E muitas vezes não dá.
Hoje levo sempre uma garrafa de dois litros para trilhas que vão durar até três horas, e duas se a trilha for durar mais.
Lanches de alto valor calórico são ideais para repor rapidamente a energia gasta durante a atividade física. Sempre levo uns chocolates, alimento para o corpo e para a alma. Se a trilha for longa, você vai precisar de uma refeição balanceada, pode ser um sanduíche ou uma quentinha. E para trilhas em lugares isolados, leve comida suficiente para um dia extra, para o caso de se perder ou ter um imprevisto.
Algumas trilhas exigem calçados mais especializados, outras não. Para trilhas de um dia, em terrenos não muito acidentados eu opto por utilizar um tênis de corrida, leve e com bom amortecimento. Se a trilha for em terreno irregular, ou se eu precisar levar uma mochila mais pesada, vou com um tênis de trilha. Só uso botas em trilhas de vários dias com acampamento, onde o peso da mochila exige calçados mais resistentes e com proteção aos tornozelos.
Obviamente, vai depender do clima do local onde você vai estar. Os principais fatores a considerar são a temperatura e a possibilidade de chuva (ou neve).
O principal método utilizado para escolher as roupas é o Método das Camadas. Você começa a se vestir com roupas leves, inclui por cima uma camada para se proteger do frio e em cima desta uma impermeável, para se proteger da chuva. Listamos abaixo mais detalhes sobre como se vestir e algumas sugestões:
É bom que alguém do grupo leve um e siba como usar. São leves e baratos, e podem fazer toda a diferença em caso de um acidente.
Item de segurança indispensável para trilhas desconhecidas. Um imprevisto pode fazer com que a trilha demore mais que o esperado, e após escurecer até a mais simples das caminhadas vira uma atividade de risco, sujeita a quedas. Uma lanterna na mochila faz com que seja possível terminar a trilha ou procurar abrigo para passar a noite.
Ir a uma trilha desconhecida sem mapa é um risco desnecessário. Hoje quase todos têm um celular com gps, e é simples salvar off-line a região que você pretende percorrer para consultar se preciso. Também é muito fácil pesquisar mapas de trilha na internet, e salvar um no celular ou imprimir e levar na mochila.
Outra medida de segurança simples. Avisar alguém o trajeto que você pretende percorrer e quando pretende terminar faz com que essa pessoa possa iniciar uma busca caso você não retorne e não consiga se comunicar (algo comum ao fazer trilhas em locais isolados, sem sinal de celular). Se conseguir sinal durante a trilha, mande mensagens eventualmente atualizando os planos.
As condições climáticas frequentemente são a diferença entre uma atividade segura e uma de risco. Algumas situações que devem ser evitadas:
A maioria dos parques nacionais informam em seus sites se há algum problema ou alerta de segurança nas trilhas. Fazer uma consulta prévia pode evitar riscos desnecessários e frustrações, como encontrar uma trilha fechada após duas horas dirigindo. Fazendo uma busca no google também ajuda a descobrir caso exista algo de errado com as condições da trilha.
Ir sozinho para uma trilha é um fator extra de risco, especialmente em trajetos desconhecidos e em regiões isoladas. Caso você vá em uma trilha popular e que costume ter outras pessoas, este risco já fica minimizado. Se não for possível conseguir a companhia de um amigo, considere se juntar a uma excursão ou contratar um guia local.
Em geral o nível de dificuldade depende do ganho de altitude, que é quanta subida aquela trilha tem, e da distância a ser percorrida.
Na minha opinião, o ganho de altitude influencia bem mais a dificuldade do que a distância, e é o que eu uso para avaliar a dificuldade de uma trila. Eu costumo classificar as trilhas da seguinte forma:
Fácil: Ganho de altitude de até 500 metros
Moderada: Ganho de altitude de 500 a 1000 metros
Difícil: Ganho de altitude superior a 100 metros
É claro que a percepção de dificuldade varia de pessoa para pessoa. Cada você ainda não tenha feito muitas trilhas, comece pelas mais fáceis e vá aumentando a dificuldade à medida que se sentir confortável. Assim você vai descobrir quais são seus limites e vai conseguir planejar bem o tempo que vi levar em cada trilha.
Uma sugestão para trilhas difíceis é dividir em vários dias, como a maioria das pessoas faz na Travessia Petrópolis Teresópolis.
A preparação para a trilha começa na noite anterior. Procure se alimentar bem, uma refeição rica em carboidratos, como uma massa, é ideal. Não se preocupe com as calorias, você vai queimar todas no dia seguinte.
2 Comentários
Não fazer trilhas sozinho e comunicar a família antes de fazer qualquer trajeto perigoso é essencial 🙂
Isso aí, Natália! Siga sempre essas dicas na suas trilhas e você vai se divertir muito! Boas trilhas